Vai começar o vestibular

Vai começar o vestibular

Estamos em um período do ano em que jovens e famílias começam a viver a ansiedade do vestibular que vai ficando cada vez mais próximo. Vai começar o vestibular!

Muitos adolescentes, neste período, relatam um clima de ansiedade extrema e a sensação de que essa fase é quase uma sentença de um futuro bom ou ruim e para os pais, uma chancela de que cumpriram ou não sua missão de encaminhar aquele adolescente para um bom caminho. Alguns pais, tamanho o desespero, levam o filho ao médico em busca de uma medicação que melhore o rendimento escolar e a concentração. Outros, apelam escondidos para as drogas, medicamentosas ou não, em busca da aprovação escolar. Qual a contribuição de todos nós para chegarmos a esse ponto?

Pouco a pouco, fomos instalando em muitas escolas um clima competitivo. Falamos muito de respeito às diferenças, mas na prática, buscamos uma padronização em relação ao aprendizado, damos muito pouco espaço para ritmos e maturidades diferentes. Comparamos as escolas e os alunos. Somos incapazes de perceber que alguns jovens não se sentem prontos para passar no vestibular. Não se sentem prontos para a próxima etapa de suas vidas. E está tudo bem.

Nem todos os caminhos seguem o mesmo ritmo, e amadurecer leva tempo. O vestibular, embora importante, não deveria se tornar um marcador de valor pessoal ou familiar. O que acontece, porém, é que essa etapa muitas vezes é encarada como um teste de competência, de sucesso e até de amor — um equívoco que causa sofrimento tanto para os jovens quanto para seus pais.

Por trás da ansiedade, há o medo de decepcionar, de não corresponder às expectativas e de ser visto como alguém que “fracassou”. Esse medo paralisa, desorganiza e, em alguns casos, leva à exaustão emocional. Mais do que nunca, é fundamental abrir espaço para o diálogo dentro das famílias e das escolas — falar sobre sentimentos, sobre possibilidades e sobre o fato de que o futuro não depende apenas de uma prova.

A psicoterapia pode ser uma aliada importante nesse momento. Ela ajuda o jovem a reconhecer seus limites, compreender suas emoções e construir um senso de identidade menos atrelado à performance. Também auxilia os pais a repensarem suas expectativas e a encontrarem maneiras mais saudáveis de apoiar seus filhos.

O vestibular é apenas uma das muitas transições da vida. E talvez o maior aprendizado dessa fase seja justamente entender que o sucesso não vem de uma aprovação, mas da capacidade de se conhecer, de lidar com as frustrações e de seguir em frente com equilíbrio e autenticidade.

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